14 março 2006

O castelo sitiado

Na idade média, um castelo inexpugnável situado no alto de uma rocha, estava sitiado há semanas por um exército, cujo comando esperava a qualquer momento a rendição, pois acreditava que os víveres do castelo tinham se esgotado.
No acampamento do exército, os soldados estavam angustiados e irrequietos, pois o cerco parecia não ter mais fim e questionavam se valia a pena insistir.
No castelo só restava um boi e um saco de farinha para alimentar centenas de pessoas que ainda resistiam bravamente ao cerco.
O comandante do castelo decide tomar uma medida desesperada, que para seus homens deve ter parecido pura insensatez: matou o boi, encheu-lhe a cavidade abdominal com a farinha e ordenou que jogasse tudo pelo rochedo abaixo sobre o acampamento inimigo.
O comandante do exército tomou aquilo como uma mensagem e acreditando que o castelo ainda estava bem abastecido levantou o cerco e retirou-se.
WATZLAWICK, Paul & WEAKLAND, John & FISH, Richard.
Mudança: princípio de formação e resolução de problema.
São Paulo: Editora Cultrix, 1977.
Resgatado por Sérgio Lins - Março de 2006

Rei por um ano

Após um naufrágio um homem se viu completamente nu numa ilha em que foi recebido, com pompas e circunstâncias, pelos seus habitantes que por crença acreditavam, que todos os anos um rei surgiria nu na praia.
Enquanto estava sendo coroado, ele ficou sabendo que após um ano de reinado seria desterrado para uma ilha em condições inóspitas. Naquela ilha estavam todos os reis anteriores, vivendo na maior penúria. Como rei, desde que não mudasse a constituição, ele poderia fazer qualquer coisa.

Ele procurou o guru da ilha e perguntou-lhe “o que fazer agora para influenciar aquele futuro inevitável". Este lhe disse: "Nu você chegou e nu partirás para aquela ilha. Enquanto for rei tudo poderá fazer e todo o recurso receberá. Use estes recursos para preparar a ilha que será o seu futuro e o futuro de todos aqueles reis que virão."

Seguindo o conselho do guru o homem, então rei, usou todo o seu poder para transformar a ilha inóspita num ambiente propício a uma vida prazerosa.

Desterrado no final do seu reinado, foi recebido como rei na outra ilha onde todos haviam se beneficiado do desenvolvimento por ele promovido. Assim, viveu para sempre no esplendor de um reino que ele criou e desenvolveu.
GRILLO, Nícia Q. Histórias da Tradição Sufis. Rio de Janeiro: Edições Dervish, 1994.
Resgatado por Sérgio Lins - Março de 2006

O mestre ZEN que fazia chover

Aldeões pediram a um mestre ZEN que os ajudasse a levar chuva aos seus campos áridos.

O mestre solicitou apenas uma pequena casa com um jardim onde pudesse cultivar.

Dia após dia, ele cultivava o pequeno jardim, sem praticar nenhuma magia. Decorrido algum tempo, a chuva começou a cair sobre a terra ressecada.

Ao perguntarem como obtivera tamanho milagre, ele respondeu humildemente...

"A cada dia, ao cultivar o jardim, voltava-me mais para dentro de mim mesmo. Quanto à chuva, não sei a razão, mas tenho certeza que a terra do meu jardim já está preparada. E a de vocês?" `

GRILLO, Nícia Q. (1993) – Histórias da Tradição Sufis. Edições Dervish. Rio de Janeiro.
Resgatado por Sérgio Lins - Março de 2006

O aviso do rato

Quando o rato falou que viu uma cobra se arrastando na direção da casa da fazenda, a galinha, a vaca e o porco disseram que não era problema deles, pois não viviam lá.

Pouco depois, a cobra picou a dona da casa que, ao adoecer, precisou de dieta especial que incluía uma boa canja de galinha.

Os vizinhos, que visitaram a doente, saborearam um bom churrasco e um suculento pernil.

Enquanto a vaca, a galinha e o porco serviam de alimento, o rato se deliciava com as migalhas deixadas pelos descuidados visitantes.

Autor desconhecido - Folclore Nordestino

Resgatado por Sérgio Lins - Março de 2006

O cão que não sabia nadar

Sempre que o amigo demonstrava alguma novidade, aquele caçador apontava alguma inconveniência, ora era o rifle que tinha o cabo muito liso, ora era a sacola que era muito funda.

Um dia quando o novo cão foi ‘andando sobre as águas’ pegar o pato abatido, o caçador comentou que, como ‘não sabia nadar’, aquele animal não servia para caçar.

Recomendações

Autor desconhecido - Folclore IBM
Resgatado por Sérgio Lins - Março de 2006

A visita do amigo

Abri a porta e recebi um amigo que não via há muito tempo, estranhamente ele entrou acompanhado de um cão de certo porte.

Enquanto o cumprimentava o cão foi penetrando casa adentro derrubando as coisas. Quase em uma só voz comentamos: “cachorro é isto mesmo!”.

Enquanto relembrávamos os bons tempos o cão foi derrubando uma coisa aqui, outra ali. Eu relevava tudo porque afinal não via aquele amigo há alguns anos.

Entretanto, quando ele botou as patas sujas no meu sofá branquinho, meu amigo percebeu que um limite de tolerância tinha sido atingido e talvez já fosse a hora de ir.

Ficamos certos de nos encontrarmos em outra ocasião sem tantas “perturbações”.


Comentei então que da próxima vez ele não trouxesse o cão. Para minha surpresa ele disse: “esse cão não é meu, pensei que fosse seu”.
Rio de Janeiro: Editora Record, 2003.
Resgatado por Sérgio Lins - Março de 2006

Os verdadeiros tesouros pertencem a todos

Um homem muito rico e avarento amava suas jóias e as colecionava, acrescentando constantemente novas peças ao maravilhoso tesouro escondido, que guardava a sete chaves, oculto de olhos que não fossem os seus.

Um dia, em visita um amigo demonstrou interesse em ver as jóia.

- Seria um prazer tirá-las do esconderijo, e assim eu poderia olhá-las também.

A coleção foi trazida, e os dois deleitaram os olhos com o tesouro maravilhoso por longo tempo, perdidos em admiração.

Quando chegou o momento de partir, o convidado disse:

- Obrigado por me dar o tesouro.

- Não me agradeça por uma coisa que você não recebeu. Como não lhe dei as jóias elas não são suas, absolutamente.

- Como você sabe - respondeu o amigo, - senti tanto prazer admirando os tesouros quanto você, por isso não há essa diferença entre nós como pensa. Só que os gastos e o problema de encontrar, comprar e cuidar as jóias são seus…

GRILLO, Nícia Q. (1993) – Histórias da Tradição Sufis. Edições Dervish. Rio de Janeiro.
Resgatado por Sérgio Lins - Março de 2006


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